Ontem, revirando coisas antigas, que venho escrevendo, já há muitos anos guardados, entre eles meus vários diários, cadernos e textos, li algo que ficou comigo, na cabeça até a hora de dormir.
Lá eu descrevia você!
Num momento depressivo, dos vários que já passei, como toda garota confusa e maluca, lá eu falava comigo mesma, com Deus (sim, porque no fundo meu diário é DEUS!...), do porquê ainda não ter encontrado o meu amor.
Engraçado que eu descrevia as qualidades, defeitos, tudo o que eu queria ter e viver com alguém. Praticamente a canção de Roberto e Erasmo Carlos: ♫ "... olha você tem todas as coisas que um dia eu sonhei prá mim...
A cabeça cheia de problemas, não importa, eu gosto mesmo assim!...” ♪ rs
Sim, continuando a canção, os olhos cheios de esperança, de carinho, da malicia que todo homem possui!
Alguém que me entendesse, que me aceitasse como eu sou (por que... eu não sou muito normal!...rs), que se entregasse de verdade, que eu pudesse me entregar.
Alguém com que eu pudesse contar, alguém com quem eu pudesse fazer palhaçadas, alguém com quem eu não tivesse vergonha de chorar, vergonha de me entregar, prá passear comigo, me ver tocar.
Alguém como eu, corinthiano, maloqueiro, sofredor, que curta um bom samba, black, tudo, e adora diversificar, aprontar.
Alguém que eu possa compartilhar, alguém chato, que discuta relação, que tenha confusões, problemas, preguiçoso... alguém que eu possa cuidar, chamar de bebê.
Te achei nas entrelinhas dos meus textos, dos meus poemas antigos, até nas minhas canções favoritas!...
Te achei na minha infância! Sem nem saber que era você!...
Te achei nos meus sonhos de adolescente, nas minhas paixões platônicas na quadra de basquete, te achei nos atores de novela que eu me apaixonava.
Te procurei em todos os caras que tive, mas não te achava.
Menti prá mim mesma dizendo que você não existia.
Te achar, te “reencontrar” nesse mundo de meu Deus!... não seria merecimento seu, nem meu. Achei que nunca te acharia.
Te achei nos meus defeitos, nas minhas qualidades. Te achei no meio de um montão de gente, bastou um olhar, um... reconhecimento!...
Hoje você está em tudo o que eu faço, no que falo, nas coisas que quero prá mim.
Desencontros, aparições, paixões errantes, confusões, humor alterado... É quem volta, é quem vai e sai, e vem... Você é assim! Meio inconstante, delirante, chato, imaturo, marrento, teimoso, às vezes hostil.
Febril feito criança, gosta de colo, ri de tudo, pensa absurdos, coerente, inteligente. Forte, homem, lindo, olhos grandes e caídos, como quero que sejam os do meu filho!
Sensível, maluco, absurdo como eu. Da mesma essência que eu.
Te encontrei há muito tempo, estava esperando VOCÊ me enxergar.
Ainda espero pelo teu abraço, espero o teu despertar.
Cazuza colaborou, e escreveu prá nós, sem mesmo nos “achar”:
♫ "...amor da minha vida, daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade!..." ♪
Cada vez que você se esconde, eu te acho.
Cada vez que você tem medo, eu apareço.
Te acho porque você deixa rastro, porque quer ser achado.
Eu apareço na hora do medo, porque sinto no meu peito o teu sinal.
Muita coisa em comum, ao mesmo tempo algumas divergências.
Amor perfeito só o de Deus para conosco, seria muito exigir amor perfeito entre seres imperfeitos como nós, não é!?
Mas Deus até nisso acerta, até nas divergências!
Prá que possamos aprender a conviver um com outro ou com aquele defeito que o outro possui, que muitas vezes detestamos, e sem perceber muitas vezes possuímos (o mesmo defeito)!
Te achei nas coisas mais simples da vida.
Te achei no meio das minhas loucuras.
Sou tão perfeita prá você?! Prá mim você é exatamente como pedi!
♫ "Olha vem comigo aonde eu for,
Seja meu amante, o meu amor...
Vem seguir comigo o meu caminho,
E viver a vida só de amor..." ♪
Permita-se ao meu lado viver.
Vem reconhecer teus erros, teus medos, vem que eu te ajudo a vencê-los.
Você me ajuda com minhas sandices, a gente aprende a viver.
Vence o orgulho, o medo de tentar, de errar, de acertar.
Deixa prá lá as mazelas, as feridas, é hora de recomeçar!
Pensa em tudo, lembra de nós, no que fomos e no que seremos.
Você está com a faca, q eu com o queijo...
Foi tão difícil te achar... eram tantas linhas, tantos anos a te procurar!...
Me perdoe pelo que fiz e pelo que farei.
Não me restam mais palavras para aqui dizer, porque já te achei.
Vem a minha procura, vem com a cura, sem peso, sem medo.
Imperfeito, inseguro, tudo isso tem jeito.
Vem!.. Que eu apago e escrevo de novo... do seu jeito!
♫ “...Depois de te perder te encontro, com certeza
talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada...
Nada aconteceu...
Apenas seguirei, como encantado
ao lado teu... ♪
Beijo di amor!... ♥
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