A História de Joana D’arc e King Kong - Parte II

E assim Joana segue sua vida, sua batalha com as purpurinas e as lantejoulas que a vida lhe oferece.
Sem noticias de Kong, Joana resolve não manter mais contato, não procurar saber mais dele, e pensa: "...ah, melhor deixar prá lá, esquecer, ele não vai me procurar mesmo... Deve estar perdido no mundo encantado da Panda, ou na certa perdido no milharal em busca da Espiga Americana... (suspiro)...”
O tempo passou, e em meio a lantejoulas e purpurinas Joana caminhou. Por onde passava encantava, chamava a atenção. Joana correspondia... até a metade da página 2. Não se envolvia, não se deixava envolver. Isso a incomodava: “Parece mandinga, não é possível!!!”
O tempo passava, passaram alguns meses e o pensamento de Joana vagava pelo espaço... Pensando por onde Kong andava... O que estaria fazendo... Muitas perguntas, muitos questionamentos... Mas a vida seguia em frente.
Naquela semana uma festa! Muita purpurina, faisões, espadas, guerreiros, do jeito que Joana gostava! Feliz, dançando acompanhada pelas Amazonas Templárias (guerreiras!), elas curtiam e brilhavam na festa.
Eis que surge Kong. Os dois disfarçam. E muito bem, por sinal. Fingindo felizes, Joana sai dançando, e Kong com o companheiro copo nas mãos.
E o tempo passa. A noite é quente, aliás, insuportável calor... Kong não tira os olhos de Joana, que dança, e dança, e dança (para Kong e o besta nem percebe...). Kong inquieto, Joana perfeita atriz. Kong suando, Joana molhada de suor!
Kong olha... Joana olha escondido.
Dez horas, hora de dar tchau. Joana nem olha, e sai da festa (para outra festa!).
Joana D'arc curte, dança mas, algo a incomoda... A cabeça não pára... Os olhos de Kong... Tinha algo errado... tentou curtir mas...
O tempo passou, a festa acabou. Joana tentou ser durona, e fala pra ela mesma que não era nada demais, melhor deixar pra lá. Mas seu sexto sentido lhe dizia “Jú!!! Venha me salvar!!!”
Joana tentava não dar ouvidos, “Estou louca... aliás, sempre fui...”; E a voz continuava, a agonia aumentava, e quanto mais aumentava a agonia, mais alto a voz ela ouvia... Foi quando Joana passou a mão em sua motoca encantada, e seguiu a voz que lhe instruía. À medida que ia se aproximando, seu coração ia disparando: “Estou perto!”. Cheguei...
Joana se deparou com um precipício... Vê Kong (com o copo), sentando na ponta da pedra... Um calafrio percorreu seu corpo... Qualquer “pum” que Kong soltasse poderia cair, e tchau tchau grandão...
Joana se aproximou, começaram a conversar. Kong se lamentou por tudo, falou sobre tudo, sobre a vida, sobre eles... Joana ouviu tudo, também disse o que queria.
Mas Joana sabe que Kong é manhoso também. Dramatizou um pouco!...
Joana então resolveu ficar ao seu lado. Caminhar sem se envolver (doce ilusão!...).
E seguiram os dias, fizeram planos para que Kong se reabilitasse.
As coisas até que foram caminhando, quando de repente, sem notarem (ou notaram e fingiram que não), já estavam trocando carinhos, ela acariciando seus pêlos negros, fazendo cócegas no seu pé gigantesco e cascudo, e ele se divertindo com as tiradas engraçadas e com o encanto medieval e misterioso de Joana!
Mas o sexto sentido apurado de Joana sentiu algo no ar. O temperamento de Kong, suas alterações de humor a desanimavam.

Joana queria muito mais, e achou que Kong estaria disposto.
Joana então se afastou. Espaçou os contatos. Kong fez o mesmo.
Kong encontra-se ainda trancado em sua jaula de vídeos games, ora construindo sua ponte, ora matando a sede no lago da vodka azul...
Sem contato, assim seguiram os dias, e os seguem até hoje.
Cada qual guardado no seu silêncio, enjaulados em seus pensamentos e imaginação...
Mais uma vez, peço licença a Unidos da Tijuca: “me empresta o refrão?”

♫ “Eu quero ver esse lugar
Que o próprio tempo acabou de “esconder”
Meu Deus, por onde vou procurar
Será que alguém pode me responder...” ♪

Será que alguém pode responder??? Hã??
Claro que não! A seguir cenas dos próximos capítulos de uma história baseada em fatos mais que reais.


♫ Reinventar...
Resplandecer o que não apagou,
em mim nada mudou,
eu sei que o sonho ainda pode acontecer... ♪

(Composição: Umberto Tavares / Jefferson Junior / Prateado)