O espírita, em casa ou na rua, sempre precisa agir com o pensamento em seu carma.
Permitam-me a vulgaridade nesta frase: criar um carma não é brincadeira!
Um minuto de invigilância, como já se disse alhures, pode acarretar séculos de luta.
Desatar um nó cármico custas muitas lágrimas a quem o faz!
Às vezes, o espírito gasta uma ou mais encarnações apenas para equacionar determinada pendência afetiva.
Quantos são os médiuns que, infelizmente se embaraçam nesse sentido! Quantos os que prevalecem da mediunidade para influenciar pessoas a sua volta, assumindo pesados compromissos!
Meus irmãos, não vale a pena a aventura ilícita... O tempo da encarnação é demasiado estreito e, logo, o cenário há de ser outro.
Saibamos esperar e merecer o que esperamos.
Quem elege a companhia de alguém agrega a si as companhias espirituais desse mesmo alguém. Não há quem assuma um compromisso isoladamente.
Esmeremo-nos, pois, em criar vínculos saudáveis, que nos favoreçam na jornada empreendida rumo a mais amplas aspirações.
Embora lhe advenha a desencarnação, se não libertar o coração, o espírito não se liberta.
Não se comprometa com as forças espirituais inferiores, imaginando que lhe será fácil livrar-se delas.
Advertiu-mos o Mestre: "Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil".
Não formule o pensamento que agride, não articule a palavra que magoa e, sobretudo, não concretize a atitude que infelicita.
Basta-nos o peso de nossas próprias mazelas, para nos havermos, por muito tempo ainda, nas retaguardas da evolução!
Não acrescentemos mais peso ao peso da cruz que já nos verga espírito na sublime escalada!
O carma que, infelizmente, até o presente momento acumulamos, ao longo das existências sucessivas, é-nos mais que suficiente para entreter-nos por séculos...
Quem quita um débito contraindo outro, em nada altera a sua condição de devedor.
Livro: Ser Espírita, por Carlos A. Bacelli / Spartaco Ghilardi
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